Pensando nos sonhos

Hoje pensei em algumas pessoas. Pessoas que tinham sonhos lindos e que vi caírem por terra. Agora, enquanto escrevo, me vem um arrepio e uma tristeza profunda. Tristeza de ver aquelas vidas que, com certeza, um dia viriam a desabrochar em lindas flores, acabarem cinzas, no dia-a-dia de uma vida obrigada.

Digo isso porque, em algum momento, participei daqueles sonhos. Sentia que eles eram um pouco meus também. O sentimento de que aquilo era possível, palpável, irradiava em mim uma alegria inexplicável. Me imaginei pulando, leve de tanta felicidade, junto daquela pessoa.

Mas, imediatamente, sou trazido à vida de hoje. Parece que, de repente, tudo murcha. Meus olhos se enchem de lágrimas. Parece que não se pode mais sonhar. Que o que resta é só um dia-após-dia sem graça. Que, na verdade, apenas se sobrevive, ao invés de viver como se cada dia fosse especial.

Dá uma vontade de sacudir a pessoa. Dizer que tudo é possível, que nunca deixou de ser. Que eu estou ali bem do ladinho, pronto a ajudar a devolver à ela o brilho de algum tempo atrás.